Para iniciar esse blog, escolhi colocar um trecho da minha monografia que conceitua ecoturismo e turismo de aventura. Afinal, falaremos muito sobre isso ainda.
CONCEITO DE ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
A primeira idéia de ecoturismo é a de um segmento de turismo voltado para a natureza. Mas a abrangência do termo evoluiu da utilização de áreas naturais, para uma maior complexidade, agregando também questões como responsabilidade e conscientização ambiental, interesses pelos componentes culturais, preocupação social, e o aspecto econômico da atividade - características relevantes para o desenvolvimento sustentável.
CONCEITO DE ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA
A primeira idéia de ecoturismo é a de um segmento de turismo voltado para a natureza. Mas a abrangência do termo evoluiu da utilização de áreas naturais, para uma maior complexidade, agregando também questões como responsabilidade e conscientização ambiental, interesses pelos componentes culturais, preocupação social, e o aspecto econômico da atividade - características relevantes para o desenvolvimento sustentável.
O cenário da prática ecoturística é a natureza, em seu estado original ou pelo menos, pouco alterada. A ênfase é na utilização do meio natural, que é condição fundamental dessa atividade, mas atualmente outros fatores foram agregados. (PIRES, 1998)
Aqui no Brasil, primeiramente ele foi chamado de turismo ecológico e, em 1985, com o Projeto Turismo Ecológico, o governo pela primeira vez tomou a iniciativa de organizar esse mercado. Já no final da década de 1980, o termo ecoturismo foi introduzido seguindo a tendência mundial de valorização do meio ambiente. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008).
Com a Rio 92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) de grande amplitude e alto nível de participação – estiveram presentes representantes de 179 países – cuja intenção era introduzir a ideia de desenvolvimento sustentável, esse tipo de turismo ganhou visibilidade. Nessa conferência foi aprovada a Agenda 21, documento com recomendações para implantar a sustentabilidade, no qual o ecoturismo é apontado como “uma prática conservacionista, comprometida com a natureza, com a responsabilidade social e com o desenvolvimento local” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, p. 15) Em 1994, então, se convencionou a utilização do termo ecoturismo, definido pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como:
Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, p. 16)
Existem diversos conceitos de ecoturismo definidos por diferentes autores, mas ainda não há uma definição universalmente aceita, o que dificulta a produção de estatísticas. Segundo Pires (1998), isso está associado ao fato de setores diferentes, envolvidos com a atividade, conceber uma idéia própria em função de seus interesses, o que pode até causar divergências conceituais. Entre esses setores encontram-se o trade turístico, órgãos oficiais de turismo, organizações não governamentais da área ambiental, as populações residentes, o turista e o meio acadêmico. O aspecto comum à essas definições é a questão da utilização dos recursos naturais.
Muitos autores dizem que embora haja uma relação do ecoturismo com a sustentabilidade, esse termo não é sinônimo de turismo sustentável. Ele só o será se for gerenciado adequadamente, assim como os outros segmentos do turismo também podem e devem ser. Swarbrooke (2000) cita Wheeller, que chega a chamá-lo de egoturismo, uma vez que o ecoturista busca o comportamento responsável no local de destino, mas ignora o fato de que seu próprio deslocamento implica na utilização de carros e aviões, causando impactos negativos ao meio ambiente.
Além disso, uma atividade ecoturística, que inicialmente era sustentável pode deixar de sê-la, uma vez que essa a busca pelo contato com a natureza vem crescendo tanto que pode acabar se transformando em turismo de massa. Outra questão em relação à sustentabilidade no ecoturismo é que o ecoturista gosta de visitar lugares novos, desconhecidos, e essa ânsia pela descoberta pode ser perigosa. Isto, porque o turismo acaba ocorrendo em locais fora do circuito, onde as atividades não são gerenciadas, o que pode comprometer o local com uma degradação rápida e até irreversível. (SWARBROOKE, 2000)
Por outro lado, na maioria das definições, essa é uma atividade econômica que promove o uso sustentável dos recursos, sejam eles naturais ou culturais, contribuindo para sua conservação, criando uma conscientização ambiental e incluindo as comunidades locais, com o objetivo de melhorar suas condições de vida.
Observa-se também um esforço em diferenciar ecoturismo de turismo alternativo, turismo verde, turismo responsável, turismo de natureza, turismo ecológico, termos que até hoje são utilizados como sinônimos, mas que seriam apenas uma prática do turismo que se utiliza da natureza. Esses sim poderiam apresentar-se como insustentáveis. Para Dias, (2002, p. 107), “o ecoturismo pode ser entendido como o turismo sustentável praticado em áreas naturais”. Segundo ele, a sustentabilidade é considerada característica intrínseca desse segmento. Sem ela, teríamos um turismo voltado para a natureza, mas nunca o ecoturismo.
Para Ceballos-Lascuráin (1996), o ecoturismo está contido no turismo baseado na natureza – que significa “todo tipo de turismo diretamente dependente do uso de recursos naturais em seu estado relativamente não alterado”. (CEBALLOS-LASCURÁIN, 1996 apud PIRES, 1998). Afinal a natureza também é condição fundamental para o ecoturismo, mas, a prática do turismo na natureza só se tornará ecoturismo se forem estabelecidas outras condições para tal prática, como educação ambiental, participação das comunidades locais, mínimo impacto, sustentabilidade. Tanto que práticas esportivas de alto impacto ambiental – como a pesca e o motocross - se enquadram no turismo baseado na natureza, mas não contemplam o conceito de ecoturismo. (PIRES, 1998)
Em relação ao turismo de aventura, também não existe um consenso universal quanto a sua definição. É difícil determinar os limites dessa atividade. Além disso, muitas vezes ele foi incluído no segmento ecoturismo, mas “atualmente, possui características estruturais e consistência mercadológica próprias” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008). A definição de turismo de aventura pelo Ministério do Turismo é:
Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, p. 15)
Essa exclusão das práticas de caráter competitivo ocorre porque, segundo o Ministério, tais atividades se enquadram em outra modalidade de turismo - o Turismo de Esportes. De acordo com essa definição, atividades de aventura são:
Experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafio, riscos avaliados, controláveis e assumidos que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, prazer, superação, a depender da expectativa e experiência de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade. (MINISTÉRIO DO TURISMO, Turismo de Aventura- Orientações básicas, 2008, p. 16)
O turismo de aventura, embora venha se destacando como uma atividade em crescimento, ainda não tem uma bibliografia ampla. E como foi dito anteriormente, é difícil delimitar essa atividade. Algumas definições focam no local onde a atividade se desenvolve, outras nas sensações obtidas, outras na questão física da atividade. Dessa forma, seu entendimento se faz melhor a partir das suas características, que abrange os diferentes fatores, e que muitas vezes são apontados isolados nos conceitos do termo.
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